2.2.1.3.2 –
Quimioterápicos.
A
quimioterapia é o método que utiliza compostos químicos, chamados
quimioterápicos, no tratamento de doenças causadas por agentes biológicos.
Quando aplicada ao câncer, a quimioterapia é chamada de quimioterapia
antineoplásica ou quimioterapia antiblástica.
O primeiro
quimioterápico antineoplásico foi desenvolvido a partir do gás mostarda, usado
nas duas Guerras Mundiais como arma química. Após a exposição de soldados a
este agente, observou-se que eles desenvolveram hipoplasia medular e linfóide,
o que levou ao seu uso no tratamento dos linfomas malignos. A partir da
publicação, em 1946, dos estudos clínicos feitos com o gás mostarda e das
observações sobre os efeitos do ácido fólico em crianças com leucemias,
verificou-se avanço crescente da quimioterapia antineoplásica. Atualmente,
quimioterápicos mais ativos e menos tóxicos encontram-se disponíveis para uso
na prática clínica. Os avanços verificados nas últimas décadas, na área da
quimioterapia antineoplásica, têm facilitado consideravelmente a aplicação de
outros tipos de tratamento de câncer e permitido maior número de curas (Controle do Câncer: uma proposta de integração ensino-serviço. 2 ed.
rev. atual. - Rio de Janeiro: Pro-Onco. 1993).
Os remédios
utilizados recebem o nome de agentes quimioterápicos, podendo ser ingeridos ou
administrados por veias, artérias e músculos do paciente. Ao contrário da radioterapia, que tem ação
restrita à região em que é aplicada, a quimioterapia atua de forma sistêmica,
isso é, alcança as células do câncer (neoplásicas) em qualquer região do
corpo. Existem dezenas de agentes
quimioterápicos diferentes, cada um deles com indicações específicas e efeitos
colaterais próprios. Dependendo
do tipo de câncer e de sua extensão no organismo, o tratamento pode ter
objetivo curativo ou de controle da doença. No tratamento curativo o
objetivo da quimioterapia é eliminar completamente a doença. Nos casos em que a
doença não pode ser removida por completo, a quimioterapia busca diminuir a
quantidade de células malignas no organismo. Determinando uma regressão do
câncer ou impedindo que suas células atinjam outros órgãos, a quimioterapia é
capaz de prolongar a vida do paciente, reduzindo os sintomas da doença. Esse é o tratamento de controle.
Entretanto é
também necessário que quem cuida tão criteriosamente dos pacientes também se
cuide com os mesmos rígidos critérios de segurança(Biosegurança Oncológica),
pois a maioria dos procedimentos que envolvem agentes quimioterápicos são
cancerígenos bem como o é também a radioterapia. Já os imunoterápicos,
hormonioterápicos, vacinoterápicos, procedimentos de geneterapia e de
modificadores de resposta biológica nem sempre são capazes de induzir
modificação do perfil celular dos profissionais que lidam com eles a fim de
induzir mutações que levem ao câncer. Entretanto os cuidados devem ser
extensivos a todos os profissionais que lidam na área, como médicos,
assistentes sociais, psicólogos, enfermeiros, farmacêuticos, auxiliares de
enfermagem, pessoal de limpeza hospitalar e inclusive com os familiares dos
pacientes.
Nos estudos
difusos da Quimioterapia alguns princípios e ou procedimentos devem ser levados
em consideração.
Exemplos:
1. Protocolos
Quimioterápicos.
2. Duração do
Tratamento.
3. Efeitos
Colaterais.
2.2.1.3.3
– Quimioterapia antineoplásica.
2.2.1.3.4
– Quimioterapia antiblástica.
2.2.1.3.5– Gás mostarda - arma química.
2.2.1.3.6– Hipoplasia medular
2.2.1.3.7– Linfoide
2.2.1.3.8– Linfomas malignos.
2.2.1.3.9- Ácido fólico em crianças com
leucemias.
2.2.1.3.10-
Protocolos Quimioterápicos.
2.2.1.3.11-
Duração do Tratamento.
2.2.1.3.12 -
Efeitos Colaterais.
Os efeitos
colaterais variam de acordo com os medicamentos utilizados, as doses
administradas e as particularidades de cada organismo. Alguns desses efeitos
são bastante previsíveis, variando apenas sua intensidade de pessoa para
pessoa. Outros ocorrem em consequência da sensibilidade individual,
manifestando-se em um pequeno número de pacientes.
Os principais
efeitos colaterais do tratamento quimioterápico são: Náuseas e vômitos; Queda de cabelo; Infecções; Cansaço e Fadiga;
Obstipação e Diarreia; Alterações da Pele e das Unhas.
2.2.1.3.12.1
- Náuseas e vômitos.
É uma reação
comum ao uso de alguns poucos quimioterápicos, que, na maioria dos casos, pode
ser controlada com medicamentos específicos. A sensibilidade individual aos
quimioterápicos apresenta grande variação. Durante a aplicação de um mesmo
protocolo, algumas pessoas nunca sentem náusea, enquanto outras se mostram
frequentemente nauseadas. As náuseas e os vômitos podem ocorrer tanto por
irritação da superfície do estômago, como pela ação dos quimioterápicos sobre o
sistema nervoso central. O controle da náusea é obtido pelo uso de medicamentos
específicos, os antieméticos (que controlam o vômito), aplicados durante a
quimioterapia e nos dias que se seguem ao tratamento. Náuseas e vômitos devem
ser sempre relatados para que se possa determinar o ajuste das medicações a
cada paciente. Algumas dicas úteis sobre alimentação para pacientes em
quimioterapia:
1) Faça pequenas
refeições ao longo do dia e evite beber líquido próximo às refeições, de forma
a não distender o estômago.
2) Evite comidas
gordurosas ou frituras
3) Mastigue
lentamente os alimentos e repouse em posição sentada após as refeições;
4) Beba suco de
frutas gelado ao longo do dia
5) Evite bebidas
gasosas
6) Evite ficar
exposto (a) a cheiros fortes (fumaça, perfumes, frituras etc.)
7) Vista roupas
folgadas, evitando comprimir o abdome.
2.2.1.3.12.2
- Queda de cabelo
A queda de
cabelo (alopecia) é o efeito colateral mais temido pelos pacientes que se
preparam para iniciar o tratamento quimioterápico. Apesar de bastante comum, a
queda de cabelo nem sempre ocorre: sua incidência varia de acordo com os
medicamentos utilizados no tratamento.
O sintoma
costuma ter início na segunda ou terceira semana do tratamento, acentuando-se a
cada novo ciclo de quimioterapia. Apesar de ser mais evidente no couro
cabeludo, pode também ocorrer em outras partes do corpo. A queda de cabelo
ocorre por ação da quimioterapia sobre as células em divisão na raiz dos
cabelos. Sua intensidade varia conforme os medicamentos empregados e a
sensibilidade de cada paciente. Pode ocorrer uma queda parcial, deixando os
cabelos apenas mais ralos, ou uma queda completa dos fios.
Alguns
cuidados podem diminuir a agressão da quimioterapia ao couro cabeludo:
1) Utilizar
xampus suaves e escovas de cerdas macias
2) Proteger o
couro cabeludo da luz do sol
3) Aplicar pouco
calor quando utilizar o secador de cabelos
4) É sempre
importante destacar que a queda de cabelo é transitória. O cabelo volta a
crescer imediatamente após o término da quimioterapia.
5) Para aqueles
que pretendem utilizar perucas, recomenda-se adquiri-las antes que a queda de
cabelos ocorra, o que permite melhor ajuste à cor dos cabelos naturais e
adaptação ao corte.
2.2.1.3.12.3
- Infecções.
É o efeito
colateral mais temido nos pacientes em tratamento oncológico, especialmente
naqueles que estejam recebendo quimioterapia. Isso se deve ao fato de que a
quimioterapia diminui a imunidade e pode predispor a infecções, além de fazer
com que, potencialmente, qualquer infecção seja grave. Assim, ao menor sinal de
infecção, procure imediatamente um pronto-atendimento, informando a data da
última aplicação de quimioterapia e o telefone de seu médico ou equipe
multidisciplinar.
Ao chegar ao
pronto-atendimento, o paciente irá passar pela coleta do hemograma e das
chamadas hemoculturas (sangue para avaliar se há crescimento de alguma
bactéria), e será ministrado nele antibióticos endovenosos, até ter o resultado
dos exames. Nunca menospreze febre, ela pode indicar uma emergência.
2.2.1.3.12.4
- Cansaço e Fadiga.
Além da
doença, o próprio tratamento e a anemia podem causar cansaço, que costuma ser
cumulativo, ou seja, aumenta com o passar do tratamento. Pode também ocorrer
uma confusão entre o que é realmente cansaço e quanto do sintoma poderia ser
atribuído (devida ou indevidamente) à depressão. Assim, fique atento e
considere a possibilidade de parte do cansaço consistir em sintomas
depressivos.
Seu médico,
um psicólogo ou um psiquiatra poderão ajudar a reconhecer os sintomas. O
cansaço pode ser combatido pela otimização dos níveis de hemoglobina (com
transfusão, em alguns casos com hormônios estimulantes da produção de sangue),
com atividade física, entre outros.
2.2.1.3.12.5
- Obstipação e Diarreia.
A obstipação
(prisão de ventre) e a diarreia podem ocorrer em consequência do tratamento ou
das alterações nos hábitos alimentares e pessoais que o paciente experimenta
nesse período.
Em geral, a
redução da ingestão de alimentos, especialmente dos ricos em fibras, e a
inatividade física são os principais responsáveis pela obstipação. Alguns
pacientes apresentam prisão de ventre, porque fazem uso de outras medicações
que causam o sintoma, como o uso de medicações com derivados de morfina para
controle de dor.
Algumas
medidas simples podem resolver o problema:
1. Aumento da
quantidade de alimentos ricos em fibra na dieta
2. Ingestão de
um maior volume de líquidos
3. Atividade
física regular
O uso de
laxativos está reservado aos pacientes que não responderem a essas medidas
simples ou aos que já vinham fazendo uso desses medicamentos, sempre com
prescrição médica.
Quanto à
diarreia, ela realmente pode ser consequente de algumas medicações
quimioterápicas, é um evento considerado comum para vários protocolos de
quimioterapia. Nesse caso é recomendável procurar seu médico e discriminar se a
causa da diarreia é medicamentosa ou infecciosa. Os tratamentos são diferentes
para cada um dos casos. Caso seja diagnosticado apenas a diarreia por
medicação, o paciente é recomendado a tomar medicamentos que previnem o quadro
e, em casos mais graves, a quimioterapia pode ser diminuída ou suspensa.
Algumas
medidas simples podem diminuir a gravidade da diarreia:
Evitar o
consumo de lanches, comidas cruas, saladas e frutas de origem desconhecida ou
mal lavadas – por conta da contaminação alimentar.
Mantenha
sempre uma ingestão adequada de líquidos, de preferência água.
2.2.1.3.12.6
- Alterações da Pele e das Unhas.
Alguns agentes
quimioterápicos podem causar alterações na pele, sendo as mais frequentes:
coceira (prurido), vermelhidão, descamação, ressecamento e acne. Além disso, as
unhas podem se tornar escuras e quebradiças.
Existem
medicamentos que, quando administrados na veia, provocam o escurecimento da
pele, especialmente nas áreas que recobrem as veias pelas quais esses
medicamentos foram aplicados.
Todos esses
efeitos costumam regredir alguns meses após o término do tratamento. A
exposição à luz do sol pode potencializar os efeitos dos quimioterápicos sobre
a pele. Por isso, recomenda-se, em muitos casos, o uso permanente de
fotoprotetores.
Cansaço e
alguma toxicidade sobre os nervos também podem levar a alterações de pele e
unhas.